Bom Dia com Kryon! - 1 de abril de 2016. www.kryonbrasil.com.br

Ação da Prece, Transmissão de Pensamento

 

A prece é uma invocação; por ela um ser se coloca em comunicação mental com outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode se orar por si mesmo ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos  são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores, porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus.

... Compreender a ação da prece explicando o modo da transmissão do pensamento, seja quando o ser chamado vem ao nosso apelo, seja quando nosso pensamento o alcança. Para se inteirar do que se passa nesta circunstância, é preciso mentalizar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que ocupa o espaço, como o somos, neste mundo, na atmosfera. Esse fluido recebe o impulso da vontade;  é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto que as do fluido universal se estendem ao infinito. Portanto, quando o pensamento é dirigido a um ser qualquer, sobre a Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou de desencarnado a encarnado, estabelece-se uma corrente fluídica de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente está em razão do vigor do pensamento e da vontade. Por isso, a prece é ouvida pelos Espíritos, em qualquer lugar em que eles se encontrem; os Espíritos se comunicam entre si, nos transmitem suas inspirações, os intercâmbios se estabelecem à distância entre os encarnados.

Esta explicação é, sobretudo, para aqueles que não compreendem a utilidade da prece puramente mística, e não tem por objetivo materialziar a prece, mas tornar seu efeito inteligível, mostrando que pode ter uma ação direta e efetiva. Ela, por isso, não fica menos subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único que pode tornar sua ação efetiva.

Pela prece, o homem chama para si o concurso dos bons Espíritos, que vem sustentá-lo nas suas boas resoluções, e inspirar-lhes bons pensamentos; adquire, assim, a força moral para vencer as dificuldades e reentrar no caminho reto se dele se afastou, assim como afastar de si os males que atrai por sua própria falta.

A prece é recomendada por todos os Espíritos; renunciar à prece é desconhecer a bondade de Deus, é renunciar, para si mesmo, a sua assistência, e para os outros ao bem que se lhes pode fazer.

Acedendo ao pedido que lhe é dirigido, Deus, freqüentemente, tem em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé àquele que ora.

Se a prece exerce uma espécie de ação magnética, poder-se-ia crer que seu efeito está subordinado à força fluídica, mas não é assim. Uma vez que os Espíritos exercem essa ação sobre os homens, eles suprem, quando isso seja necessário, a insuficiência daquele que ora, seja agindo diretamente sem eu nome, seja lhe dando momentaneamente uma força excepcional, quando é julgado digno desse favor, ou que a coisa possa ser útil.

O poder da prece está no pensamento; ela não se prende nem às palavras, nem ao lugar, nem ao momento em que é feita. Pode-se, pois, orar em toda a parte, a qualquer hora, sozinho ou em comum. A influência do lugar ou do tempo prende-se  às circunstâncias que podem favorecer o recolhimento. A prece em comum tem uma ação mais poderosa, quando todos aqueles que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e têm o mesmo objetivo, porque é como se todos gritassem em conjunto e em uníssono; mas o que importa estarem reunidos em grande número, se cada um age isoladamente, e por sua própria conta! Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto que duas, ou três, unidas em comum aspiração, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força que a das outras cem.

Fonte: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XXVII – Pedi o Obtereis.